SONNET
When I do count the clock that tells the time,
And see the brave day sunk in hideous night;
When I behold the violet past prime,
And sable curls, all silvered o’er with white;
When lofty trees I see barren of leaves,
Which erst from heat did canopy the herd,
And summer’s green all girded up in sheaves,
Borne on the bier with white and bristly beard,
Then of thy beauty do I question make,
That thou among the wastes of time must go,
Since sweets and beauties do thems elves for sake
And die as fast as they see others grow;
And nothing ‘gainst Time’s scythe can make defence
Save breed, to brave him when he takes thee hence.
SONETO
Quando a hora soa em míseros desvelos,
em noite horrenda se consome o dia,
em prata se convertem meus cabelos,
a flor, à foice, entrega sua alegria;
já sem folhas eu vejo o tronco altíssimo,
que outrora fora sombra ao manso gado,
e ir-se em funéreo passo, e em pêlo alvíssimo,
o que era verde estio, então, ceifado;
ponho-me a perguntar por tua beleza,
que se consumirá na vã ruína,
como acontece a toda Natureza,
que a todo ser vivente é dura sina;
pois nada a afastará da mão do Tempo
fora a prole... a assistir teu passamento.
SILVÉRIO DUQUE:
Nascido em Março de 1978, graduado em Letras pela UEFS, ajudou a fundar e integrou o grupo de declamação Os Bocas Do Inferno, além de coordenar a Escola de Música da Sociedade Filarmônica Euterpe Feirense. Publicou “O crânio dos peixes” (Edições MAC/2002) e “Baladas e outros aportes de viagem” (Edições Pirapuama Ltda./2006). Seu novo livro “Ciranda de sombras” está no prelo.
2 comentários:
Como sempre, agradecendo-te... Eu passei hoje pelo Sopa de Poesia, como sempre, e vi a tradução. Mas o que me deixou com olhos lacrimosos e febris foi o Otávio Mora... um injustiçado e um dos grandes; amo a poesia dele e o soneto que lá puseste foi muito bem escolhido.
Um abraço,
Silvério Duque
é sempre bom revisitar shakespeare. abraços, poeta
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