quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

DOIS POEMAS SOBRE O PÔR-DO-SOL NA ILHA DE ITAPARICA

ITAPARICA
Bernardo Linhares

Para Florisvaldo Mattos

O ocaso bronzeia o lilás que lança
e tinge de vinho a cinta da ilha.
Em volta o silêncio entorna o laranja,
sereia desenha o seu arco-íris.
A fragata branca acolhe o amarelo,
gaivota de prata sopra na brisa,
a vela florida versa no tempo
revela no vento o verde da vida.
Molhada no ventre, côncava concha,
rosa dos ventos colore o coral
e anima na tarde o anil da paisagem.
Pintada de mel nos raios do sol
a estrela do mar delira profunda,
é lírio que fulge o azul de Netuno.


ILHA DE ITAPARICA

Gustavo Felicíssimo

Para Bernardo Linhares

(cidadão itaparicano)

A noite nos mostra as estrelas,
a lua crescente e divina
ancorada no mar da ilha
onde é musa que a todos cala.
Por sobre a maré uma luz,
o lume dos barcos ao longe,
um pássaro azul transluzente
e a vida vestida de organza.
Não há lugar de leite e mel,
apenas tu, Itaparica,
em teu compasso natural.
Nada mais singelo, senhores:
nem canções falando de amor,
nem amores feitos ao mar.