terça-feira, 23 de junho de 2009

CONFISSÃO

A minha alegria /é não possuir nada
Carlos Anísio Melhor

Sou meu próprio canto, o que me conduz.
Trago de longe uma calça jeans,
uma camiseta desbotada
e esse velho chapéu que já não serve pra nada.
Trago também um olhar disforme
para as coisas do mundo.
Não tenho a intenção de ser profundo.
Se meu canto perpassa o que sou
é porque abraço o que tenho e preciso:
o silvo de algum pássaro distante
e algumas elegias sobrepondo-se ao tempo.
Convivo entre ardências e texturas,
no entanto sou saudade e permanência,
ordem e contenda.
Nas esquinas maltrapilhas me arranjo.
Por isso essa imagem desbotada,
essa espada na minha cabeça
apesar da claridade na janela.
A despeito do meu olhar extravagante
os pássaros me recebem sorrindo.
Sou o espelho da minha ilusão.

Um comentário:

Anônimo disse...

POETA FELICÍSSIMO, (GOSTO DE TE CHAMAR POR TEU SOBRENOME, APESAR DE UM INVEJOSO TE CHAMAR DE TRISTÍSSIMO)NADA ESTE INVEJOSO BEIRA O TEU TALENTO E A TUA ESTRADA QUE VISLUMBRO SER VASTA, DE SUCESSO. VOCÊ COMO POETA E COMO HOMEM DE PALAVRA NÃO COSTUMA TRAIR SEUS AMIGOS, AO CONTRÁRIO DO INEVEJOSO. PARABÉNS POR RESSUCITAR CARLOS ANYSIUS MELHOR, DO "CANTO AGÔNICO". A BAHIA DESPREZA SEUS BARDOS QUANDO ELES NÃO ANDAM NA LINHA DO TREM DA CARETICE E DA CAFONANAGEM. QUANDO OS LOUCOS POETAS ENTOAM SEUS CÂNTICOS, A BAHIA CONSERVADORA E DE PANELINHA, FAZ SILÊNCIO. E ISTO ACONTECE COM CARLOS ANYSIUS MELHOR, PAULO GARCEZ DE SENNA E ETC....
BOM SÃO JOÃO, MEU COMPADRE, AINDA NÃO PULAMOS A FOGUEIRA E CELEBRAR ESTE GESTO ANTIGO DOS SERTÕES DA BAHIA. GRANDE ABRAÇO. MIGUEL CARNEIRO