um presente
para o Conde Badaró
É dia útil, mas toda segunda-feira
é
feito feriado
na barraca do velho
Badaca.
Onde não existe hora
para existir
o sol se dá de presente,
junto à praia,
flamejante sobre as
correntes
enquanto o mundo segue
caduco
longe
dos coqueirais
e da barraca do velho
Badaca.
No comércio, os
pregões.
Sobre a ponte,
automóveis enfurecidos.
O homem pobre, o tempo
pobre.
Mando esse mundo,
enfim, às favas,
e festejo o canto de
cada pássaro.
Celebro o encanto das
águas
onde encontro razões para
continuar.
A barraca de praia do meu amigo Badaró, na Enseada do Pontal, um espaço de retiro em pleno perímetro urbano de Ilhéus. |
3 comentários:
Caramba! Que poema bonito, jovem!
Já estive nesse canto/recanto ...
Abraços,
Esse poema me lembrou Cidadezinha qualquer, do Drummond, principalmente o verso "O homem pobre, o tempo pobre..." soa como um eco dos versos "Um homem vai devagar, um cachorro vai devagar, um burro vai devagar...". Parabéns, Gusta.
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