Inúmeros
escritores, por falta de conhecimento, confundem “antipoema” com “paródia”. O
primeiro consiste em imitar, cômica ou satiricamente, uma obra séria. O
segundo, em exprimir em versos uma idéia afirmando, com sentido inverso, o que está
contido em outro poema.
Em
uma das aulas que me deu, o mestre Ildásio Tavares propôs que fizesse um
antipoema a um poema seu ainda inédito, um eneassílabo trímetro (verso de nove
sílabas poéticas com cesuras na 3ª, 6ª e 9ª) intitulado Clara Sombra. Com o espírito de “um verso puxando outro” acabei superando
o desafio compondo o meu Claro Entardecer.
Espero que gostem.
CLARA SOMBRA
Ildásio
Tavares
Passeavas azul em silêncio
sobre nuvens acima do mar:
tua sombra no mar ia clara,
sutilmente no seu navegar.
Nuvens turvas cobriram o céu,
passeavas no azul a brilhar:
tua sombra no mar ia clara
contra o escuro do céu e do mar.
Pouco importa se o vento do norte
de repente soprou a gelar.
Pouco importa se as trevas da morte
o horizonte vieram tragar.
Tua sombra no mar ia clara.
Minha vida só fez clarear.
CLARO ENTARDECER
Gustavo
Felicíssimo
Passeavas,
mas não em silêncio,
nesta
rua, bem próxima ao mar:
tua
sombra no muro escondida
escondia
o teu caminhar.
Nenhum
pássaro ia no céu,
nem
as nuvens te viram passar:
tua
sombra no muro escondida
escondeu-se
também do luar.
Era
triste, tão triste o crepúsculo,
sem
o vento primevo a cantar.
Sem
a lira dos teus vinte anos
já
não fazes o céu desabar.
Tua
sombra no muro escondida
escondeu-me
do teu caminhar.
5 comentários:
Mas quanta pretensão,
quer dizer que "superastes" o mestre Ildásio? Francamente...
conclusão tão idiota, só pode ter sido formulada por um idiota! digo que "acabei superando o desafio", por ter conseguido, pura e simplesmente, cumprir o que me foi proposto. Esses fantasmas são tão idiotas e pretensiosos que, o simples fato de ter leitores desse nível, me envergonho.
Muito bom os dois poemas meu chapa
Bola pra frente Gustavão! Sua poesia pulsa e encobre o grito dos canalhas desesperados... Pq motivo não assinam suas missivas, esses idiotas? Não possuem culhões suficientes para assinarem embaixo daquilo que escrevem...
Ambos os poemas são fodidos de bom!
Eu gostei!
Abraço!
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