segunda-feira, 28 de junho de 2010

Celebração de Ilhéus

476 anos de história, 129 de emancipação política

Fotografia de José Nazal

Hoje a minha querida cidade de Ilhéus, onde nasceram e residiram tantos escritores, tantos poetas, comemora 476 anos de história, posto que foi uma das capitanias hereditárias do Brasil, e 129 de emancipação política. Bela, histórica e hospitaleira, está imortalizada nos romances de Jorge Amado e Adonias Filho, nas adaptações das suas obras para teatro e cinema, bem como em poemas de Sosígenes Costa, o poeta grego da Bahia, segundo Gerana Damulakis. Ainda Gil Nunesmaia, um dos primeiros haikaístas brasileiros é natural de Ilhéus, assim como Abel Pereira.
Fotografia de José Nazal

Em Ilhéus tenho grandes amigos, trabalho e estudo. E pela cidade, há muito tempo, sou completamente apaixonado. Por isso mesmo venho preparando um livro com poemas em sua homenagem, cujo título ainda não está definido, mas que pretendo publicar no próximo ano. A obra é composta por um poema longo, dividido em dez partes, e outros que versam sobre personagens e lugares da cidade.
Publico abaixo dois trechos de Saudação a Ilhéus, o poema longo ao qual me referi anteriormente, e outro, sobre um local e personagem bem conhecido do povo da cidade, o bom e velho Conde Badaró e sua barraca de praia.

SAUDAÇÃO A ILHÉUS

I

Ilhéus, de onde estou agora
abriga aurora e poente
encontro de rios que rasgam a terra
e o fragor do mar
o silêncio que se expande
a sinestesia de todas as cores
o segredo do ócio
o rumor de todas as águas
o cantar de todos os pássaros
a força do vento na vela
a tarde e a primeira manhã
montanha por montanha ao seu redor
onde paira a noite morna
as luas alvas, madrugadas
voando alto
a convergir todas as coisas
enquanto consagro horas à inutilidade
e escrevo versos para te saudar.

V

Sobre a tua superfície
uma imagem de água e de poder
em voltas que descrevem a história
que irrompe da lembrança mais longínqua
por onde navegam barcos ancestrais
com seus remos inquietos
a girarem no mesmo compasso
enquanto as ondas se afastam
e se aproximam, descompassadas
em rumores cada vez mais altos
cada vez mais exatos
por que na memória estão as águas recurvadas
o silêncio da alvorada
o nascer do sol à hora exata
à hora que mais esplende a vida
com todas as suas arcadas
enquanto afiro o peso da lucidez
e escrevo versos para te saudar.


NA BARRACA DO VELHO BADACA


É dia útil, dizem
mas toda segunda-feira
me cheira ao primeiro do ano.

Não deveria estar aqui
mas na barraca do velho Badaca
não existe hora para existir.

O sol se dá de presente
junto à praia
rebrilhando sobre as correntes.

O mundo corre lá fora
caduco, longe dos coqueirais
e da barraca do velho Badaca.

Mando meus compromissos
às favas e celebro
o que há de útil nessa vida.

Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o município pode visitar este belíssimo site: http://www.ilheense.com.br/

3 comentários:

rodrigo melo disse...

ilhéus é, ainda, uma cidade de grandes poetas.
grandes e bons,

Rodrigo Melo disse...

ilhéus é, ainda, uma cidade de grandes poetas. grandes e bons.

Micael Santos® disse...

Olá Felicíssimo! Sou o Micael. Voluntário do PROLER. Estava na reunião com o comitê hoje pela tarde e me passou pela memória a lembrança de que conhecia o blog Sopa de Poesia. Já há algum tempo eu sou um dos seguidores desse blog. E gostaria de apenas te apresentar o endereço do meu Recanto Poético. http://www.micaelssantos.blogspot.com
Me sentirei agradecido se porventura receber tua visita em meu blog. E a propósito as poesias que constam nessa postagem elucidam de uma maneira bastante elegante a nossa belíssima cidade Ilhéus.