Para Carlos Drummond de Andrade
Não estamos acima da
poesia
para justificar nossa
imperícia frente ao verso:
à sua frente, somos a
fração do imponderável
entre
existência e linguagem.
Tua biografia não é a
tua obra,
o que dela dizem não é
a melhor imagem.
Deixa o teu leitor à
vontade,
oferta-lhe a poltrona
mais confortável,
um gole de água fresca
e o convide ao mergulho
nas tuas vivências.
Não perguntes sobre os
teus poemas,
observa primeiro se
possuem raízes,
se oferecem frutos
saudáveis.
Cuida que a palavra,
esse instrumento que
tens às mãos,
não seja mais importante
que os sentidos,
mas a memória, dela
tirarás teus versos.
Preserve-a na imutável
companhia das coisas
que
te são caras.
Na memória reside a
chave que decifra
a inadvertida presença
da poesia entre nós.
Sua morada é escura
e
espera que acendas as lâmpadas,
após
todas as coisas se revelarão.
Sugestão:
Releia o poema Procura
da Poesia. CLIQUE AQUI.
3 comentários:
Muito bom o seu espaço, Gustavo. Vou dar uma olhada no seu histórico.
Por conta de uma respsota sua à matéria do Solha, cheguei ao seu espaço virtual, li seu comentário poético sobre a poesia de Drummond.
Parabenizo-o pela inspirada e realmente poética obra.
Abraços
Guido Heleno
Valeu, Guido e Fred! Voltem sempre que o espaço é nosso.
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