sexta-feira, 25 de março de 2011

Adendo ao Poema Procura da Poesia


             Para Carlos Drummond de Andrade

Não estamos acima da poesia
para justificar nossa imperícia frente ao verso:
à sua frente, somos a fração do imponderável
entre existência e linguagem.
Tua biografia não é a tua obra,
o que dela dizem não é a melhor imagem.
Deixa o teu leitor à vontade,
oferta-lhe a poltrona mais confortável,
um gole de água fresca
e o convide ao mergulho nas tuas vivências.
Não perguntes sobre os teus poemas,
observa primeiro se possuem raízes,
se oferecem frutos saudáveis.
Cuida que a palavra,
esse instrumento que tens às mãos,
não seja mais importante que os sentidos,
mas a memória, dela tirarás teus versos.
Preserve-a na imutável companhia das coisas
que te são caras.
Na memória reside a chave que decifra
a inadvertida presença da poesia entre nós.
Sua morada é escura
e espera que acendas as lâmpadas,
após todas as coisas se revelarão.  

Sugestão:
Releia o poema Procura da Poesia. CLIQUE AQUI.

3 comentários:

Fred Caju disse...

Muito bom o seu espaço, Gustavo. Vou dar uma olhada no seu histórico.

Guido Heleno disse...

Por conta de uma respsota sua à matéria do Solha, cheguei ao seu espaço virtual, li seu comentário poético sobre a poesia de Drummond.
Parabenizo-o pela inspirada e realmente poética obra.
Abraços
Guido Heleno

Gustavo Felicíssimo disse...

Valeu, Guido e Fred! Voltem sempre que o espaço é nosso.