Morto
com apenas 24 anos, em 1871, Castro Alves já era muito famoso em Salvador,
Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, onde Machado de Assis e José de Alencar se
apressaram em conhecê-lo mal ele pôs os pés na cidade. Sua fama se estendia
além dos círculos letrados. Nos teatros, nas tavernas e nas repúblicas
estudantis, audiências entusiasmadas se reuniam para ouvi-lo declamar seus versos
exaltadamente românticos, que logo centenas de admiradores sabiam de cor.
Ele se preparava com meticulosidade para essas ocasiões,
maquiando-se e pintando os lábios. O que o movia, como disse, era o “borbulhar
do gênio”. E, também, a causa abolicionista, que o poeta defendeu e
popularizou, levando-a a entrar cada vez mais na consciência nacional, mesmo
depois da morte dele, como uma aberração.
Mais que o “poeta dos
escravos”, como se tornou conhecido, Castro Alves foi poeta público – um artista que enfrentou esteticamente o problema
central da sua época e o transformou em poesia.
Texto de Alberto da Costa e Silva. Em:
Castro Alves: Um Poeta Sempre Jovem. Coleção Perfis Brasileiros, Companhia das
Letras
Ao
Poeta Castro Alves
(Gustavo
Felicíssimo)
Por que vieste assim,
tão frágil,
sua vida beijando a
morte,
se bebeu do leite da
escrava
e se podia melhor sorte;
por que partiste muito
jovem
se teus versos é que
nos movem,
se teu canto é que nos
conduz
sobre o éter dos novos
dias,
caminho ao encontro da
luz,
e por que não, sopro de
vida
em meio à plêiade
perdida?
Castro Alves
por Manuel Bandeira e Afrânio Peixoto:
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