segunda-feira, 14 de março de 2011

Ao Poeta Castro Alves - No Dia Nacional da Poesia



Morto com apenas 24 anos, em 1871, Castro Alves já era muito famoso em Salvador, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, onde Machado de Assis e José de Alencar se apressaram em conhecê-lo mal ele pôs os pés na cidade. Sua fama se estendia além dos círculos letrados. Nos teatros, nas tavernas e nas repúblicas estudantis, audiências entusiasmadas se reuniam para ouvi-lo declamar seus versos exaltadamente românticos, que logo centenas de admiradores sabiam de cor.
            Ele se preparava com meticulosidade para essas ocasiões, maquiando-se e pintando os lábios. O que o movia, como disse, era o “borbulhar do gênio”. E, também, a causa abolicionista, que o poeta defendeu e popularizou, levando-a a entrar cada vez mais na consciência nacional, mesmo depois da morte dele, como uma aberração.
          Mais que o “poeta dos escravos”, como se tornou conhecido, Castro Alves foi poeta público – um artista que enfrentou esteticamente o problema central da sua época e o transformou em poesia.

Texto de Alberto da Costa e Silva. Em: Castro Alves: Um Poeta Sempre Jovem. Coleção Perfis Brasileiros, Companhia das Letras

Ao Poeta Castro Alves
(Gustavo Felicíssimo)

Por que vieste assim, tão frágil,
sua vida beijando a morte,
se bebeu do leite da escrava
e se podia melhor sorte;

por que partiste muito jovem
se teus versos é que nos movem,

se teu canto é que nos conduz
sobre o éter dos novos dias,
caminho ao encontro da luz,

e por que não, sopro de vida
em meio à plêiade perdida?

Castro Alves por Manuel Bandeira e Afrânio Peixoto:

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