Creio num Deus vil e atormentado
como o mar quando a lua surge esquiva,
como um canto afastado, porém audaz,
arrogante em meio às visões de bem e mal,
cego ante a face exaurida do amor,
a febre ideal que me consome.
Creio nesse Deus, cujo reino não tem fim,
e ao mundo lanço o meu laço sabendo que após o gozo
viverei contraditória agonia.
Assim, como um ciclo que nunca se cumpre,
volto aos braços da sedução,
náufrago e só, na cidade ou na aldeia,
denso, tecendo a minha teia.
O fogo aquece meu corpo e não arrefece,
mas a alma, gélida e louca,
dos seus tormentos não se esquece,
escarnece o céu não por prazer, mas por convicção.
Ah! Ser como o Guerra Junqueiro
é não ser mesmo nada,
por isso venham, meninas, venham viver,
que a todas darei o meu falo.
Venham, meninas, venham viver,
que a todas darei minha vida,
a todas serei sempre fiel.
domingo, 14 de dezembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário