segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O exercício crítico segundo a cátedra


O Estado de S. Paulo - 13/08 – Antônio Gonçalves Filho

O professor de literatura da Uerj e crítico literário João Cezar de Castro Rocha, acaba de lançar um livro que deve provocar incômodo no meio universitário, Crítica literária: Em busca do tempo perdido? (Argos, 443 pp., R$ 49). Tudo porque, ao analisar a polêmica iniciada em 1948 por Afrânio Coutinho contra o "impressionismo" dos rodapés literários publicados pelos jornais da época, assinados por críticos como Álvaro Lins, atestou que ela não acabou. Os acadêmicos, de modo geral, desconfiam da clareza do texto jornalístico e preferem se dedicar ao ensaísmo para poucos. O que Castro Rocha propõe é atualizar as lições de Antonio Candido e Mário Faustino, imaginando uma crítica literária insubmissa ao cânone, ideologicamente independente e disposta a um corpo a corpo com o texto.
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Um comentário:

Poeta Silvério Duque disse...

Há onze anos, numa entrevista à revista Veja, Bruno Tolentino sentenciou: “Na República das Letras, ainda estamos à espera das diretas-já”. Muita pouca coisa mudou. As “patotas literárias” ainda controlam a entrada em circulação, ou a exclusão pelo silêncio, de livros, autores, obras inteiras que não concordam com seus “jeitinhos meigos de ser”. Em nossos jornais, com seus cadernos culturais – pelo menos os que ainda existem –, bem como em nossas Universidades, prevalece, o “bom comportamento de neófito”, sua idolatria aos gênios do momento, como se um novo livro de poesia e uma nova banda de Rock pertencessem ao mesmo grau de qualidade e técnica. E se não for assim, nada de livro, ou crítica, ou prefácio ou coisa alguma. E ainda há quem não concorde com isso.. nem sempre quem está de fora encherga melhor. Com exceção de uma meia dúzia de velhos ícones e alguns bons e novíssimos nomes, nossa crítica literária, esquerdista e afogada em suas ideologias vetustas, ainda se fecha ao diálogo, ao debate e à polêmica. Espero que o livro do professor João Cezar de Castro Rocha seja mais um a lançar uma luz em nossa crítica tola e obscurantista.