uma camiseta desbotada
e aquele velho chapéu que
já não serve pra nada.
Trago também um olhar
disforme
para
as coisas do mundo,
mas não tenho a intenção de
ser profundo.
Se meu canto perpassa o
que sou
é porque abraço o que
tenho e preciso:
o silvo de algum
pássaro distante
e certas elegias
sobrepondo-se ao tempo.
Por isso essa imagem
desbotada,
essa espada na minha
cabeça
apesar
da claridade na janela.
A despeito do meu olhar
extravagante
a minha alegria é não
possuir nada.
Sou o espelho da minha
ilusão.
3 comentários:
Um poema de um verdadeiro poeta. Ruy Espinheira certa vez o definiu assim, como um verdadeiro poeta, e é de se concordar. É um poema lindo.
Tiago Groba
Gostei do poema, Gustavo, vc está a cada dia escrevendo melhor, com mais inspiração. Abçs.
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