quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mãe, lê pra mim

Campanha do Instituto Pró-livro estimula mães a lerem para filhos. Pais também devem entrar nessa!

Durante todo o mês de julho, a campanha “Mãe, lê pra mim”, do Instituto Pró-livro, será veiculada pela Rede Globo em spots de 30 segundos. Neles, artistas, formadores de opinião e outras pessoas darão seus depoimentos testemunhando como o incentivo à leitura dentro de casa influencia no processo de ler por prazer. Eu, que faço parte do Comitê do Proler aqui na minha região, estou feliz com essa campanha que pode beneficiar não apenas a indústria da livro (não sejamos bôbos), mas, sobretudo, uma geração inteira de mães que podem adquirir novos hábitos e assim formarem novos leitores, leitores para a vida. Os pais também devem entrar nessa!
O destaque é o ator Tony Ramos, que fala sobre a importância da leitura em sua vida. “A campanha nasceu a partir da análise dos dados da segunda edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a qual indica que 73% das crianças têm em suas mães a maior influência no hábito da leitura”, comenta Zoara Failla, gerente de projetos do Instituto Pró-Livro. O projeto do vídeo foi concebido durante a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em 2009. Durante os dez dias do evento foram recolhidos depoimentos dos visitantes falando sobre quais foram seus principais incentivadores da leitura. Para ampliar a área de abrangência do “Mãe, lê pra mim?”, além de ampla divulgação na mídia, o IPL, com o apoio do Ministério da Cultura e o Plano Nacional do Livro e Leitura, distribuirá os vídeos da campanha em Pontos de Leitura do Programa Mais Cultura do Minc e juntamente com mais de quatro mil obras de literatura infantil e juvenil que beneficiarão 600 famílias.

Para conhecer mais sobre a campanha, assista ao vídeo: http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/texto.asp?id=1166

2 comentários:

Joaquim Maria Castanho disse...

ROMANCE CLANDESTINO


O menino, com sua mão frágil
No papel desenhou a floresta,
Desenhou a cabana,
E num repente ágil
Colocou dentro desta
A mais linda cigana.


Depois pintou um príncipe
Chamado de João,
Que lhe bateu à porta
Pedindo com brandura
Um pouco de água e pão,
E que ao ver a formosura
Se lhe prostra em oração.


« Levanta-te e entra »,
Lhe disse a cigana linda
« Pois te esperava e certa
Estava de ainda chegares
Antes de a tarde finda. »


Brilharam doces seus olhares
Para logo seus brilhos se apagarem.
« Mas senhora!, como poderei
Depois sair sem morrer
De saudade? »


E após se beijarem,
Cigana e filho de rei,
Nela entraram sem querer
Saber da dura verdade.


João ao palácio não quis
Jamais voltar até que seu pai
A todos ordenou encontrá-lo.
A seus exércitos diz:
« Tragam-no vivo e dai
A morte a quem tentou raptá-lo. »


Os soldados cumpridores
Batem montes,
Batem vales e rios,
Perguntam aos pastores,
Perscrutam horizontes
E inquirem doutores.
Sofrem os tempos de calores,
Calores e frios.


E é quando um dia
À volta da floresta se juntam
Como soubessem só poderem estar além
Que um velho guia
Informa os generais do rei
Haver nela dois amantes que andam
Felizes a brincar ao “ pai-e-mãe “
Sem se importarem com a lei.


Então, o menino pára.
“ Desenhar, para quê?... “
Se aqueles que ele tanto amara
Por sabê-los como seu pai e sua mãe,
Tão iguais para quem os vê,
Têm que vir a sofrer também
A imposição da corte e seus porquês
“ Como se foram Pedro e Inês... “


Se... Mas não! Não!!
Ninguém lhe iria levar a melhor!
E num gesto rápido e exigente
Pega na tesoura do papel.
Com ela vai ao desenho saído de sua mão
Com tanto carinho e calor,
E num corte lacrimoso e tremente
Retira à floresta a cabana
Em que estão o príncipe e a cigana
E corre a escondê-la no sótão.


O rei e seus generais
Percorrem a floresta de lés a lés;
Atiçam os cães, erguem os punhais,
Cansam os cavalos, ferem os pés.
Mas de nenhum têm sinal!
Nasce-lhes aos poucos a desilusão.
Corre-lhes a vida mais que mal,
E abrem as bocas de espanto: “ Onde estão!!...
Onde estão?!... “


Depois o menino, suspirou e sorriu.
Feliz, contente com seu feito
Segredou a si, em inocente jeito:
« Pschiu!... Ninguém viu. Ninguém viu!... »

Neuzza Pinheiro disse...

melhor notícia que tive nesses tempos de quase abandono dos filhos pelos pais, que acreditam no computador e outras traquitanas como substituto de sua companhia/amor.