Relendo a breve, mas poderosa produção poética do mineiro Dante Milano (que também foi ótimo tradutor), me deparei com um texto conclusivo de Manuel Bandeira sobre sua obra. Diz ele: Dante Milano, nascido em 1899, estreou tarde em livro (Poesias, 1948), o que, se por um lado privou um grande público de mais cedo tomar conhecimento de um dos nossos poetas mais fortes e mais perfeitos, de, por outro lado, ao artista a vantagem de surgir em plena maturidade, sem cacoetes caducos dos primeiros anos do modernismo. A sua poesia é grave e pensativa – Mário de Andrade chamá-laia de “pensamenteada”. Exemplo singularmente raro em nossas letras, parece o Poeta escrever seus versos naquele indefinível momento em que o pensamento se faz emoção.
COMPOSIÇÃO
Dante Milano
Duas mulheres juntas
Formam desenhos dúbios
Se numa só há tantas,
As duas serão quantas?
Uma na outra transformo
E, misturando as formas,
No mesmo luar as banho,
Metamorfoses sonho.
Todas parecem uma
A quem a todas ama.
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http://www.algumapoesia.com.br/poesia2/poesianet241.htm
COMPOSIÇÃO
Dante Milano
Duas mulheres juntas
Formam desenhos dúbios
Se numa só há tantas,
As duas serão quantas?
Uma na outra transformo
E, misturando as formas,
No mesmo luar as banho,
Metamorfoses sonho.
Todas parecem uma
A quem a todas ama.
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2 comentários:
Ótima poesia do Dante Milano.
Me lembrou Maria Teresa Horta, poetisa portuguesa: muita mulher, muita lua.
Abraço,
Andreia.
Dante Milano. Um grande poeta também muitas vezes esquecido!
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