A calamidade dos cursos de Letras no Brasil.
A notícia veiculada ontem, dia 20, n’O Estado de São Paulo, dando conta que Português é a matéria que puxa para baixo a média do Enem não é nenhuma novidade para quem convive com alunos do segundo grau e universitários.
No curso de Letras da universidade (pública) onde estudo, a Professora de Língua Portuguesa, por exemplo, no primeiro semestre teve que ensinar o alunado a fazer redação e resumo. Isso porque a esmagadora maioria dos meu colegas de turma chegaram à universidade sem o hábito da leitura e até, em casos extremos, analfabetos funcionais.
A coisa é tão calamitosa que celebrou-se o fato de, no Guia do Estudante da Editora Abril, a universidade ser avaliada com 3 Estrelas, em uma escala de 1 a 5, ao lado da PUC, UFRJ e UNB. Esse é o reflexo do estado crítico em que se encontram os cursos de Letras dessas universidades, afinal, mantendo-se a proporção, em uma escala de 1 a 10 essas 3 estrelas representariam 6, uma nota que, até que me provem o contrário, não é suficiente para aprovar aluno algum na universidade. É também um sinal de que os professores dedicados e talentosos (a maioria não são) tem muito o que fazer.
Diz o texto do jornalista Fábio Mazzitelli:
“O desempenho na área de Linguagens e Códigos puxou para baixo a média final das escolas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009. Essa parte do exame foi a única em que nenhum colégio no País atingiu média de 700 pontos, numa escala de 0 a 1.000. Entre as escolas da capital, o melhor desempenho ficou com o Colégio Vértice, com 686,70 pontos. Nas questões dessa área foram medidas as habilidades dos jovens em língua portuguesa e interpretação de textos - diferentemente do Enem de 2009, o deste ano terá prova de idioma estrangeiro. Nas outras grandes áreas do conhecimento, a maior média dos colégios ficou entre 700 e 800 pontos. A pontuação máxima abaixo de 700 em linguagens é considerada "preocupante" e um reflexo da chamada "geração Y", educada com a ajuda da internet. Para gestores de escolas, com os jovens cada vez mais conectados em redes sociais, a linguagem desenvolvida no mundo virtual se distanciou da língua culta, empobrecendo o vocabulário e prejudicando a capacidade de interpretar textos mais longos”.
A notícia veiculada ontem, dia 20, n’O Estado de São Paulo, dando conta que Português é a matéria que puxa para baixo a média do Enem não é nenhuma novidade para quem convive com alunos do segundo grau e universitários.
No curso de Letras da universidade (pública) onde estudo, a Professora de Língua Portuguesa, por exemplo, no primeiro semestre teve que ensinar o alunado a fazer redação e resumo. Isso porque a esmagadora maioria dos meu colegas de turma chegaram à universidade sem o hábito da leitura e até, em casos extremos, analfabetos funcionais.
A coisa é tão calamitosa que celebrou-se o fato de, no Guia do Estudante da Editora Abril, a universidade ser avaliada com 3 Estrelas, em uma escala de 1 a 5, ao lado da PUC, UFRJ e UNB. Esse é o reflexo do estado crítico em que se encontram os cursos de Letras dessas universidades, afinal, mantendo-se a proporção, em uma escala de 1 a 10 essas 3 estrelas representariam 6, uma nota que, até que me provem o contrário, não é suficiente para aprovar aluno algum na universidade. É também um sinal de que os professores dedicados e talentosos (a maioria não são) tem muito o que fazer.
Diz o texto do jornalista Fábio Mazzitelli:
“O desempenho na área de Linguagens e Códigos puxou para baixo a média final das escolas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009. Essa parte do exame foi a única em que nenhum colégio no País atingiu média de 700 pontos, numa escala de 0 a 1.000. Entre as escolas da capital, o melhor desempenho ficou com o Colégio Vértice, com 686,70 pontos. Nas questões dessa área foram medidas as habilidades dos jovens em língua portuguesa e interpretação de textos - diferentemente do Enem de 2009, o deste ano terá prova de idioma estrangeiro. Nas outras grandes áreas do conhecimento, a maior média dos colégios ficou entre 700 e 800 pontos. A pontuação máxima abaixo de 700 em linguagens é considerada "preocupante" e um reflexo da chamada "geração Y", educada com a ajuda da internet. Para gestores de escolas, com os jovens cada vez mais conectados em redes sociais, a linguagem desenvolvida no mundo virtual se distanciou da língua culta, empobrecendo o vocabulário e prejudicando a capacidade de interpretar textos mais longos”.
Parece-me muito cômodo jogar a culpa na internet, enquanto o problema mesmo está na formação dos educadores brasileiros. Neste caso, o problema está nos cursos de Letras, nos baixos salários que geram desestímulo e, por fim, no modelo escolar brasileiro que ao invés de ser revisto, repaginado, precisa ser implodido, exterminado, com vistas a um novo começo e modelo que deveria ser amplamente discutido pelos maiores pensadores e educadores da nação.
Agora sugiro que os amigos leiam um texto do Marcos Bagno aqui publicado, onde o escritor e linguista fala sobre a falência dos cursos de Letras Brasil afora. Eis o link: http://sopadepoesia.blogspot.com/2010/03/catastrofe-dos-cursos-de-letras.html
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