No último dia 3, Arthur Antunes Coimbra, o Zico, comemorou seu 56º aniversário. Principal ídolo da história do Flamengo e um dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos, Zico tem uma carreira marcada por gols, títulos e um comportamento elogiado até pelos adversários.
Para marcar a data resolvi escrever um poema para o “galinho”. E nada melhor que escrevê-lo dentro de uma forma, a Retranca, que foi criada por Alberto da Cunha Melo a partir das observações da formação de um time de futebol, com onze versos e um esquema rímico e estrófico bem definido, aparentando-se a um esquema tático.
O próprio Alberto da Cunha Melo já havia homenageado outras duas feras dos gramados com seus versos, Garrincha e Romário, com dois belíssimos poemas que reproduzimos na seqüência.
ZICO
Gustavo Felicíssimo
De pé em pé corre a pelota
com seu destino mal traçado,
até que encontra no caminho
quem bem lhe trate com cuidado,
toda a platéia se levanta
e o galinho se agiganta
e vai em frente, passo forte,
dribla um zagueiro, depois outro,
no pobre arqueiro dá um corte,
balança a rede sem afã:
festejos no maracanã!
Inédito: escrito em 06 de Março
ROMÁRIO
Alberto da Cunha Melo
Até parece estar no banco
Romário, o perigo parado
do réptil, no chão do inimigo,
para algum bote inesperado,
com toda uma ética malandra
vai calando toda Cassandra
que anuncia fogo no sonho
menor de um povo abandonado,
povo adiado, povo estranho,
que troca a inútil liberdade
pelo mais belo gol da tarde.
em: Meditação sob os lajedos (2002)
GARRINCHA
Alberto da Cunha Melo
A fama, Fúria, esmaga aqueles
que só buscavam seu lugar,
que chegaram antes do tempo
ou demoraram a chegar;
feita de louros radioativos,
essa coroa de cativos
da luz calcina o calendário
menor, o da vida em neblinas
de Deus, em contas de Rosário,
é o fim dos astros, estertores:
que só engorda os bastidores.
em: Meditação sob os lajedos (2002)
Para marcar a data resolvi escrever um poema para o “galinho”. E nada melhor que escrevê-lo dentro de uma forma, a Retranca, que foi criada por Alberto da Cunha Melo a partir das observações da formação de um time de futebol, com onze versos e um esquema rímico e estrófico bem definido, aparentando-se a um esquema tático.
O próprio Alberto da Cunha Melo já havia homenageado outras duas feras dos gramados com seus versos, Garrincha e Romário, com dois belíssimos poemas que reproduzimos na seqüência.
ZICO
Gustavo Felicíssimo
De pé em pé corre a pelota
com seu destino mal traçado,
até que encontra no caminho
quem bem lhe trate com cuidado,
toda a platéia se levanta
e o galinho se agiganta
e vai em frente, passo forte,
dribla um zagueiro, depois outro,
no pobre arqueiro dá um corte,
balança a rede sem afã:
festejos no maracanã!
Inédito: escrito em 06 de Março
ROMÁRIO
Alberto da Cunha Melo
Até parece estar no banco
Romário, o perigo parado
do réptil, no chão do inimigo,
para algum bote inesperado,
com toda uma ética malandra
vai calando toda Cassandra
que anuncia fogo no sonho
menor de um povo abandonado,
povo adiado, povo estranho,
que troca a inútil liberdade
pelo mais belo gol da tarde.
em: Meditação sob os lajedos (2002)
GARRINCHA
Alberto da Cunha Melo
A fama, Fúria, esmaga aqueles
que só buscavam seu lugar,
que chegaram antes do tempo
ou demoraram a chegar;
feita de louros radioativos,
essa coroa de cativos
da luz calcina o calendário
menor, o da vida em neblinas
de Deus, em contas de Rosário,
é o fim dos astros, estertores:
que só engorda os bastidores.
em: Meditação sob os lajedos (2002)
2 comentários:
Gustavo,
a galeria do futebol na "retranca" ficou mais rica com seu poema. É sempre gratificante para mim e para o poeta Alberto da Cunha Melo, onde estiver, ler em novas vozes o ritmo das letras em octossílabos e na "retranca".
Sucesso, poeta, sempre e mais.
Cláudia Cordeiro
rapaz, que poema bonito, que ritmo alucinante! nada tem a dever aos poemas do mestre alberto. show!
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