A Companhia das Letras, editora atual de Chico Buarque, anunciou que ainda neste mês será lançado “Leite Derramado”, novo romance do autor com aproximadamente 200 páginas.
O livro anterior de Chico, "Budapeste" (2003), também foi lançado pela mesma editora. O romance ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de 2003. "Budapeste" está sendo adaptado para o cinema pelo diretor Walter Carvalho. A Cia. das Letras lançou também os livros "Estorvo" (1991) e "Benjamin" (1995).
Notícia dada, devo dizer que nunca morri de amores por Chico Buarque, nem pelo compositor, tampouco pelo romancista, mas reconheço ser ele um artista diferenciado. Entretanto, nunca entendi os motivos que levam muita gente a tratá-lo como poeta, o que é uma grande idiotice, pois o próprio Chico, certa feita, ao ser chamado de poeta por um repórter o repreendeu afirmando: “não sou poeta, mas apenas um compositor popular”.
Preferências à parte, aos que teimam em tratar letrista de música popular como poeta, dizemos que até podemos afirmar, sem medo algum, que há poesia na letra de música, mas uma poesia que atende a estética da música, não a estética da literatura. Um poema, por exemplo, quando é musicado jamais deixará de ser o que é para se transformar na letra de uma música. Já uma letra de música jamais se converterá em um poema em si.
A bem da verdade, o conceito de “poesia” ao longo do tempo se tornou algo tão amplo que isso acabou se transformando em um problema de entendimento, pois, se há poesia bastante em um pôr-do-sol ou em um assassinato, converter tais elementos em um poema requer artifícios e conhecimentos específicos de um poeta. Por outro lado, empregnar-se de poesia, principalmente com um pôr-do-sol, é uma dádiva recebida por todos.
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