Um pássaro pousado em minha tromba
fez seu pequeno ninho onde queria,
estendeu suas garras pelas vias
onde navios passavam feito pombas.
Acordei com arrulhos de rolinhas
namorando nas minhas dobradiças,
ensujeirando as belas historinhas
de mágicos, palhaços e preguiças.
Olhei-me pelos olhos das estrelas
que despontavam nuas pelas ruas,
mas não reconheci-me, pois as suas
garatujas estavam bem magrelas.
Toquei-me e percebi algo bem falho:
eu tinha me tornado um espantalho.
terça-feira, 3 de março de 2009
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