Roger
Waters, líder da lendária banda Pink Floyd, está no Brasil em turnê com um show
dedicado a Jean Charles de Azevedo - imigrante brasileiro, confundido com um homem-bomba
e morto no metrô
de Londres
com tiros à queima-roupa por forças da unidade armada da Scotland Yard, em 2005 -
e sua família, segundo ele, “pela luta pela verdade e justiça e a todas as
vítimas do terrorismo de Estado”. O baixista criticou a própria Inglaterra, seu
país natal, que cometeu "um terrorismo de Estado" ao assassinar o
brasileiro.
A
retomada do tema me fez lembrar um poema do baiano Renato Prata, Embarque em Stockwell Station, publicado
em seu segundo livro, “A quinta estação”, de 2007, em que o autor reflete sobre
a questão, demonstrando estar em harmonia e sintonia com os dramas e dissimulações
de seu tempo.
Embarque em Stockwell Station
Não desistirei
de ganhar o pão
E corro
para o trabalho
Aqui
desterrado não serei um cidadão do mundo
Talvez me
ignorem
Talvez
estranhem o meu tipo
Lá um dia
saberão o que tiver de ser
Terá meu
visto expirado?
Sei o
agora
O
trabalho é meu destino
Desço
para o metrô
Eis que o
vagão me espera
Sento em
algum lugar
É quando
o destino se antecipa
Sou
alvejado no ombro
Sete
balas me coroam.
Um comentário:
Não desistamos de ganhar o pão, jamais.
Legal descobrir o seu blog, voltarei mais vezes.
Abraços.
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