Pausa – mas nem
tanto – da poesia pra falarmos de futebol
Com
a saída de Ricardo Teixeira do comando da CBF, muita gente está de olho grande
no cargo máximo da entidade que administra o esporte que é a maior paixão do
povo brasileiro. Alguns deles, por exemplo, são: Marco Polo Del Nero (Presidente
da Federação Paulista de Futebol) e Andrés Sanches (ex-presidente do
Corinthians e atual coordenador de seleções da CBF). Até
o João Havelange fala em voltar. Porém, para a infelicidade
desses aí, um outro nome vem ganhando força entre a população, é o de Arthur
Antunes Coimbra, ou simplesmente, Zico.
No
bares, nas ruas, nas praças, nos estádios, só se fala em Zico na CBF. Imagino o
Galinho sendo ovacionado por todos, repetindo a cena de Platini e Beckenbauer,
ao ser anunciado no estádio, na abertura da Copa do Mundo, como presidente da confederação
de futebol do seu país. Qualquer dirigente brasileiro morreria de dor de
cotovelo. E isso é bem possível, sobretudo por ser um ídolo, mas também por ser
– até que provem o contrário – um homem íntegro e de caráter indiscutível,
conhecedor do futebol dentro e fora das quatro linhas.
Uma
campanha poderosa foi lançada ontem à noite com o nome do craque para presidir a
CBF. O movimento vem ganhando força e provocando uma reação em cadeia que já
atinge proporções continentais. Zico até já estaria viajando do Iraque, onde é
técnico da seleção daquele país, para o Brasil.
Tudo começou após uma articulação inédita
entre esportistas da Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. As
lideranças afirmam que o movimento é apartidário, embora muitos políticos já
tenham revelado apoiar, como é o caso do Romário, por exemplo, se posicionando
favoravelmente.
Em
Quintino, a expectativa é grande e há vigília desde a madrugada na porta da
casa onde Zico nasceu. Zeca Pagodinho, Ronaldo (o gordo), Ronaldinho, Kaká e Martinho da
Vila também já manifestaram apoio. Mesmo
Sócrates, pouco antes de falecer, já havia proposto que Zico fosse o presidente
da CBF. Na porta do seu prédio, no Rio de Janeiro,
uma pequena multidão de jornalistas e curiosos já se aglomeram em busca de mais
informações.
O
movimento agora se espalha como um vírus pelas redes sociais e os analistas já
consideram inevitável a presença de Zico na presidência da CBF. Até a
presidente Dilma Roussef deve fazer um pronunciamento sobre o fato em algumas
horas...
Abaixo,
o manifesto que foi construído colaborativamente no facebook por amantes de
futebol:
“Queremos
Zico de novo, nos braços do povo. Não queremos nenhum peso morto. Queremos a
CBF mais autônoma e menos panaca, mais audaciosa e menos medrosa. Queremos,
principalmente, uma CBF parceira dos nossos clubes e mais democrática. Queremos
de volta o futebol perdido e as torcidas nos estádios. Abaixo à ditadura no futebol!
Queremos Zico na CBF!”
Isso
tudo me lembrou um poema que fiz pro Zico há algum tempo, quando da passagem do
seu 56º aniversário:
Pois é, Zico
De
pé em pé corre a pelota
com
seu destino mal traçado,
até
que encontra no caminho
quem
vai tratar-lhe com cuidado;
toda
a platéia se levanta
e
o galinho se agiganta
e
segue em frente, passo forte,
dribla
um zagueiro, depois outro,
no
pobre arqueiro dá um corte,
balança
a rede sem afã:
festejos
no maracanã!
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