Neste
fatídico dia 27 de março faleceu o mestre Millôr Fernandes, aos 87 anos de
idade, em sua casa. Uma pena! Um AVC no início de 2011 já havia sido o motivo
de sua internação no CTI do Hospital São Vicente, no Rio de Janeiro. Na
oportunidade ele também teve complicações renais e fora submetido a diálise.
Segundo
o jornalista da Band Ricardo Boechat, que conversou com o filho de Millôr, Ivan
Fernandes, o corpo do escritor será velado nesta quinta-feira, dia 29, a partir
das 10h, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio. Em
seguida, às 15 h, o corpo será cremado.
A
presença de Millôr Fernandes no meu imaginário está muito ligada às suas
traduções que fez de Shakespeare e ao haikai. A ele se deve muito do
desenvolvimento dessa forma poética no Brasil, sempre a partir das suas tiradas
humorísticas nas revistas O Cruzeiro, primeiramente, e depois na Veja. Millôr
deu um ar descontraído ao haikai, o aproximando do poema-piada, tratando sempre
de questões unicamente humanas, em tom irônico ou satírico.
Em
seu livro Hai kais, em breve introdução à obra, Millôr afirma ver o haikai como
uma forma fundamentalmente popular e, inúmeras vezes, humorística. E assim
compôs e publicou os seus sempre acompanhados por ilustração que acentua o
sentido cômico dos seus versos.
Alguns
haikais de Millôr Fernandes
Viva
o Brasil
Onde
o ano inteiro
É
primeiro de abril
***
O
velho pinho
Não
dá mais pinha;
Só
passarinho
***
Velho
de dar dó.
Se
for espanado
Volta
ao pó.
***
Escritores:
Pensador
é o que cita
Pensadores!
***
Esquece
os preitos.
No
banheiro só existem
Teus
defeitos
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