sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Soneto da permanência da beleza


          João Carlos Teixeira Gomes

Contemplando o fluir da tarde lenta,
meditei na beleza que não volta.
Em tudo põe o fado a mão cruenta
e, astuta, logo a morte, as asas solta.

Mas no instante em que o sol se dissolvia
para além das mansas nuvens do ocaso,
vi uma ave hibernal, que o azul feria,
na brancura do seu vôo doce e raso.

Então pensei: - Breve ave, ser de plumas,
que deslizas como um sonho ilusório
e no bojo do poente já te esfumas,

ao te ires com leveza de fumaça
vais deixando em seu vôo transitório
o enlevo da beleza que não passa.

Mais sobre o autor:
http://www.jornaldepoesia.jor.br/ralmeida02c.html

Nenhum comentário: