João Carlos Teixeira
Gomes
Contemplando o fluir da
tarde lenta,
meditei na beleza que
não volta.
Em tudo põe o fado a
mão cruenta
e, astuta, logo a
morte, as asas solta.
Mas no instante em que
o sol se dissolvia
para além das mansas
nuvens do ocaso,
vi uma ave hibernal,
que o azul feria,
na brancura do seu vôo
doce e raso.
Então pensei: - Breve
ave, ser de plumas,
que deslizas como um
sonho ilusório
e no bojo do poente já
te esfumas,
ao te ires com leveza
de fumaça
vais deixando em seu
vôo transitório
o enlevo da beleza que
não passa.
Mais sobre o autor:
http://www.jornaldepoesia.jor.br/ralmeida02c.html
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