Nacida em Lima, em 1926, muito jovem ingressou na Universidade de São Marcos para estudar Letras e Educação, onde conquistou a amizade de importantes intelectuais da época. Em 1949 se radicou em Paris, onde conheceu Octávio Paz que foi determinante em sua carreira literária introduzindo-a no círculo de intelectuais latino-americanos e espanhóis radicados na França.
Posteriormente viveu em Florença e Washington, onde se dedicou principalmente à traduções. Em 1959 publicou seu primeiro livro, “Esse porto existe”. “Luz do dia” foi publicado em 1963 e “Valsas e outras confissões” em 1971. Em 1978 teve publicado “Canto vilão”, a primeira compilação de sua escrita, mas a antologia definitiva de sua obra publicada sob o título “Como Deus no nada”.
Obteve o prêmio Octávio Paz de Poesia e ensaio em 2001, o Prêmio Cidade de Granada em 2006 e os prêmios García Lorca e Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana em 2007. Faleceu na cidade de Lima, em Março de 2009.
CANTO VILÃO
e de pronto a vida
em meu prato de pobre
um magro pedaço de celeste porco
aqui em meu prato
observar-me
observar-te
ou matar a mosca sem malícia
aniquilar a luz
ou fazê-la
fazê-la
como quem abre os olhos e eleje
um céu farto
no prato vazio
rubens cebolas lágrimas
mais rubens mais cebolas
mais lágrimas
tantas histórias
negros indigeríveis milagres
e a estrela do oriente
emparedada
e o osso do amor
tão roído e tão duro
brilhando em outro prato
esta fome própria
existe
é a gana da alma
que é o corpo
é a rosa de gordura
que envelhece
em seu céu de carne
mea culpa olho turvo
mea culpa negro bocado
mea culpa divina náusea
não há outro aqui
neste prato vazio
senão eu
devorando os meus olhos
e os teus
(Tradução de Gustavo Felicíssimo)
Outros poemas de Blanca Varela:
http://www.lainsignia.org/2001/mayo/cul_002.htm
Posteriormente viveu em Florença e Washington, onde se dedicou principalmente à traduções. Em 1959 publicou seu primeiro livro, “Esse porto existe”. “Luz do dia” foi publicado em 1963 e “Valsas e outras confissões” em 1971. Em 1978 teve publicado “Canto vilão”, a primeira compilação de sua escrita, mas a antologia definitiva de sua obra publicada sob o título “Como Deus no nada”.
Obteve o prêmio Octávio Paz de Poesia e ensaio em 2001, o Prêmio Cidade de Granada em 2006 e os prêmios García Lorca e Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana em 2007. Faleceu na cidade de Lima, em Março de 2009.
CANTO VILÃO
e de pronto a vida
em meu prato de pobre
um magro pedaço de celeste porco
aqui em meu prato
observar-me
observar-te
ou matar a mosca sem malícia
aniquilar a luz
ou fazê-la
fazê-la
como quem abre os olhos e eleje
um céu farto
no prato vazio
rubens cebolas lágrimas
mais rubens mais cebolas
mais lágrimas
tantas histórias
negros indigeríveis milagres
e a estrela do oriente
emparedada
e o osso do amor
tão roído e tão duro
brilhando em outro prato
esta fome própria
existe
é a gana da alma
que é o corpo
é a rosa de gordura
que envelhece
em seu céu de carne
mea culpa olho turvo
mea culpa negro bocado
mea culpa divina náusea
não há outro aqui
neste prato vazio
senão eu
devorando os meus olhos
e os teus
(Tradução de Gustavo Felicíssimo)
Outros poemas de Blanca Varela:
http://www.lainsignia.org/2001/mayo/cul_002.htm
2 comentários:
Caro Gustavo,
Estou amando seus posts sobre poesia feminina.
É o tema de meu estudo de doutorado. Tenho feito uma disciplina sobre poesia feminina na faculdade, que estuda, sobretudo, Cecília Meireles e Gabriela Mistral, com uma teórica chamada Karen Peña.
Caso você tenha curiosidade, muita da teoria do curso está aqui:
http://cid-94b9c7a8fd87916f.office.live.com/browse.aspx/Professor%20Pena
Abraço,
Andreia.
tem muita coisa boa. obrigado!
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