quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Livro digital – uma realidade

O livro digital ganha cada vez mais terreno, sobretudo após pesquisa realizada nos E.U.A. que apontou o fato de que em dez anos apenas 25% das obras publicadas serão impressas. Nós, amantes do livro em seu formato convencional lamentaremos, mas parece mesmo certo que acontecerá com o livro o mesmo que aconteceu com o vinil, e agora com o cd.
De carona nessa atmosfera alguns amigos que tenho aqui na Bahia criaram um selo para a publicação e distribuição gratuita de livros digitais, de autores inéditos e outros sem muito espaço no mercado editorial. Estão utilizando como base o selo que fundaram em 2006, laetitia editore, que aos trancos e barrancos conseguiu publicar fisicamente alguns títulos com recursos dos próprios autores, mas sem muita repercussão. Agora, chegam com a laetitia digital. Fazem parte do conselho editorial nessa empreitada, Gerana Damulakis, Tom Correia, Herculano Neto e Ediney Santana. As edições receberão toda organização de um livro físico: ficha catalográfica, capa, prefácio, revisão, (menos papel).
Um dos editores me diz que “conversando com escritores amigos, a queixa é basicamente a mesma: quase todos possuem livros engavetados à espera de uma oportunidade. Passeando, também, pelo universo virtual, tenho me deparado com muita gente interessante e talentosa. A laetitia digital vem, não para suprir essa lacuna, mas para dar um pouco de alento a esse tão competitivo, e às vezes injusto, mercado editorial; revelando e resgatando valores”.
Numa forma de demonstrar realmente sobre o que se trata o projeto, a primeira publicação é um volume conjunto de microcontos, de Ediney Santana e Herculano Neto, intitulado MAIS UMA DOSE. São trinta textos de cada autor, com prefácio de Tom Correia e revisão de Gerana Damulakis. Na parte inicial temos o universo fantástico de Ediney Santana, com homens-toupeiras, figuras que se refugiam em árvores, indivíduos combalidos que se transformam em peixes nadando em rios assassinados por metais pesados, cabeças com cigarras, entre outros delírios provocativos. Na metade final, Herculano Neto apresenta uma prosa mais urbana, com suicidas, desempregados, transexuais, viciados, carentes profissionais, presidiários e outros seres solitários que pululam nas metrópoles – quase sempre em primeira pessoa.

Blog da laetitia digital: http://laetitiadigital.blogspot.com

3 comentários:

O Neto do Herculano disse...

Realmente, o livro digital é uma realidade. Mas ainda pouco aceita. Após a divulgação o que mais escuto é: e o livro físico, sai quando?

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

O livro digital não vai acabar com o livro impresso, assim como o vinil não acabou, na Europa nunca se deixou de produzir discos de vinil, o livro Digital é mais uma ferramenta, mais uma mídia que se pode usar e estamos usando...
Abraços e obrigado pela divulgação

Gustavo Felicíssimo disse...

mas como está claro no texto, diminuirá muito a produção do livro físico, como diminuiu a tiragem dos vinis. isso é até natural.