quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Poemas de Lya Luft


              Fonte: O Estado de S. Paulo

O sono tornou-se inquieto por alguns instantes. “Sonhei que estavam me matando”, comentou o psicanalista Hélio Pellegrino com a mulher, a escritora e tradutora Lya Luft, durante a madrugada da segunda-feira, dia 21 de março de 1988. Tema comum na obra de ambos, a morte parecia ser apenas objeto de inspiração. Infelizmente, não era – incomodado por um desconforto gástrico, Pellegrino foi internado naquela manhã, depois de constatado um pequeno infarto. E, quando parecia que a recuperação se finalizava, uma parada cardíaca fulminante o matou. Era 23 de março. Ele estava com 64 anos e com muitos projetos. A perda súbita transtornou Lya. Suspensa da realidade pela dor, ela decidiu transformar o travo no coração em poesia. Nascia O lado fatal (Record, 96 pp., R$ 24,90). Trata-se de 40 poemas escritos num rompante, um por dia, que conciliam sentimentos contraditórios como raiva e pesar, esperança e desalento, dor e esperança.

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