Por Arnaldo
Bloch (O Globo)
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de prêmio literário é que nem beisebol, ou Teoria da Relatividade. Mesmo que
alguém tente explicar as regras, é impossível entender, de fato, o que se
passa. Para opinar, eu deveria ter lido todos os livros inscritos. Vou me
abster de opinar sobre quem tem razão na briga em torno dos livros de Chico
Buarque e Edney Silvestre. Tanto o percurso narrativo de Leite derramado
(Companhia das Letras) quanto o painel histórico-memorialístico da alegoria
construída por Edney em Se eu fechar os olhos agora (Record) são trabalhos de
alta qualidade, recomendáveis a qualquer leitor. Sequer consigo estabelecer
minha preferência, são dois livros de que gosto muito. A tecnicalidade que
levou Sérgio Machado a berrar sua indignação em praça pública e a guerra que se
seguiu com seu colega Luiz Schwarcz se transformaram num fuzuê jornalístico
divertido de se acompanhar. Este fuzuê, porém, acabou ofuscando a apreciação de
um livro que esteve entre os finalistas de vários prêmios e não ganhou nenhum:
Pornopopéia (Objetiva), de Reinaldo Moraes. A cada prêmio que Pornopopéia não
conquistava, leitores suspiravam diante do sentido de absurdo aí contido e
lamentavam a falta de ousadia e de coragem dos jurados, ou dos critérios.
Reinaldo Moraes fala de Pornopopéia:
Um comentário:
essa é a pergunta que eu faço. ''quem não gosta de chico buarque?''
acredito que todo mundo. o cara é o cara.
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