Faltam “promessas” na
literatura feita em língua portuguesa? Em 2008, foi criado o Prêmio LeYa para
justamente descobrir novos talentos. Ao vencedor é concedido o prêmio de R$ 100 mil
e ainda a oportunidade de publicar a obra. Na primeira edição, o brasileiro Murilo
Carvalho foi escolhido por seu romance “O rastro do jaguar”. Em 2009, o
vencedor foi o moçambicano João Paulo Borges Coelho, autor do então inédito “O
olho de Hertzog”. Mas neste ano não haverá vencedor. O júri surpreendeu a todos
ao anunciar que “perante originais que, apesar de algumas potencialidades, se
apresentam prejudicados por limitações na composição narrativa e por
fragilidades estilísticas, o Júri entendeu que as obras a concurso não
correspondem à importância e ao prestígio do Prémio LeYa no âmbito das
literaturas de língua portuguesa”. A decisão de pular o ano 2010 foi unânime e
o comunicado foi assinado por Manuel Alegre, Carlos Heitor Cony, Rita Chaves,
Lourenço do Rosário, Nuno Júdice, Pepetela e José Carlos Seabra Pereira.
A comissão
julgadora, ao tomar tal decisão, perdeu de vista que o prêmio é dedicado aos novos
talentos, compreendidos aí como escritores em formação, não escritores definitivamente
prontos para o mercado, como Cony ou Pepetela, por exemplo. E como tal, a obra escolhida poderia ainda ser
melhorada, ajustada pelo próprio autor a partir de uma avaliação criteriosa dos
ilustres membros da comissão julgadora, pois como a nota afirma, havia obras com “algumas
potencialidades”. Ignorar essas "potencialidades" não me parece a decisão mais sensata.
2 comentários:
cara,
como não liberar essa grana pra estimular quem escreve?
meu deus!!!
O prémio não nasceu para estimular, nasceu para fazer publicidade a um grupo que queria desenvolver a sua actividade fora de Portugal. Como a gente aqui diz, com papas e bolos se enganam os tolos.
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