quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tá rebocado! Prêmio LeYa não terá vencedor

Faltam “promessas” na literatura feita em língua portuguesa? Em 2008, foi criado o Prêmio LeYa para justamente descobrir novos talentos. Ao vencedor é concedido o prêmio de R$ 100 mil e ainda a oportunidade de publicar a obra. Na primeira edição, o brasileiro Murilo Carvalho foi escolhido por seu romance “O rastro do jaguar”. Em 2009, o vencedor foi o moçambicano João Paulo Borges Coelho, autor do então inédito “O olho de Hertzog”. Mas neste ano não haverá vencedor. O júri surpreendeu a todos ao anunciar que “perante originais que, apesar de algumas potencialidades, se apresentam prejudicados por limitações na composição narrativa e por fragilidades estilísticas, o Júri entendeu que as obras a concurso não correspondem à importância e ao prestígio do Prémio LeYa no âmbito das literaturas de língua portuguesa”. A decisão de pular o ano 2010 foi unânime e o comunicado foi assinado por Manuel Alegre, Carlos Heitor Cony, Rita Chaves, Lourenço do Rosário, Nuno Júdice, Pepetela e José Carlos Seabra Pereira.

A comissão julgadora, ao tomar tal decisão, perdeu de vista que o prêmio é dedicado aos novos talentos, compreendidos aí como escritores em formação, não escritores definitivamente prontos para o mercado, como Cony ou Pepetela, por exemplo. E como tal, a obra escolhida poderia ainda ser melhorada, ajustada pelo próprio autor a partir de uma avaliação criteriosa dos ilustres membros da comissão julgadora, pois como a nota afirma, havia obras com “algumas potencialidades”. Ignorar essas "potencialidades" não me parece a decisão mais sensata.

2 comentários:

Anônimo disse...

cara,

como não liberar essa grana pra estimular quem escreve?
meu deus!!!

Plural 7 disse...

O prémio não nasceu para estimular, nasceu para fazer publicidade a um grupo que queria desenvolver a sua actividade fora de Portugal. Como a gente aqui diz, com papas e bolos se enganam os tolos.