O
sol agora dança no infinito para essa pobre alma enquanto lágrimas escorrem tal
qual chuva torrencial. Meus olhos não abarcam todo o céu, mas isso não importa,
como não importa o vento soprando e os golpes das ondinas no cais.
A natureza flui e o poente une leste e oeste. Entretons
de azul e laranja firmam o ocaso que outro poeta chamou de a magnificência da
tarde[i].
Com vinho tinto brindo a cálida torrente que brota em meu coração e faz
desvanecer tudo mais.
displicentemente
lanço
alguns versos ao léu –
[i]
Sosígenes Costa, Obra Poética. Rio de Janeiro, 1959. Leitura, Pág. 15.
2 comentários:
Belo!
Belo o texto, bela a foto e belíssimo o haicai!
Cheguei até o seu blog pelo Marcantonio. Pela indicação, valia a visita. Pela visita, valeu a indicação.
Voltarei pra ler com mais calma outras postagens. Muito bom encontrar um bom praticante de haicais.
Abraços
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