sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Pôr-do-sol em Belmonte

O sol agora dança no infinito para essa pobre alma enquanto lágrimas escorrem tal qual chuva torrencial. Meus olhos não abarcam todo o céu, mas isso não importa, como não importa o vento soprando e os golpes das ondinas no cais.
            A natureza flui e o poente une leste e oeste. Entretons de azul e laranja firmam o ocaso que outro poeta chamou de a magnificência da tarde[i]. Com vinho tinto brindo a cálida torrente que brota em meu coração e faz desvanecer tudo mais.

displicentemente
lanço alguns versos ao léu –
replica um sabiá

[i] Sosígenes Costa, Obra Poética. Rio de Janeiro, 1959. Leitura, Pág. 15. 

2 comentários:

Hilton Deives Valeriano disse...

Belo!

Tuca Zamagna disse...

Belo o texto, bela a foto e belíssimo o haicai!

Cheguei até o seu blog pelo Marcantonio. Pela indicação, valia a visita. Pela visita, valeu a indicação.

Voltarei pra ler com mais calma outras postagens. Muito bom encontrar um bom praticante de haicais.

Abraços