Miguel Marvilla
Quando o último turista
for embora
e
o corpo da cidade descansar,
vou
poder achar uns trapos nas varandas
de
lembranças que me esqueci de invocar.
Não
agora, que a cidade é mais não minha,
vou
poder me ver de novo, uma criança
recomposta
pelo mar que vem da brisa
que,
por pouco, por um quase, não me alcança.
(Não
entendo como foi que houve um tempo
de
delícias nessa terra – e não entendo
como
foi que desse tempo eu me perdi.)
Sou
um homem sem passado, muito embora,
procurando,
ainda eu me reste por aqui,
quando
o último turista der o fora.
Marataízes (ES), 02.03.1992
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