A
Editora Objetiva coloca em suspeição prêmio Jabuti concedido a Oscar Nakasato
pelo romance Nihonjin
Embora
a Câmara Brasileira do Livro defenda a lisura do regulamento que determina a
eleição dos vencedores do Prêmio Jabuti, um odor nada agradável parece emergir na
eleição do melhor romance, afinal, entre centenas de obras inscritas pelas mais
diversas editoras, apenas dez são selecionadas para apuração final. Sendo assim, parece notório que entre os finalistas
todas as obras possuem valor e alguma importância. E mais: geralmente são obras
escritas por autores de reconhecido talento. O vencedor foi o romance de Oscar
Nakasato, Nihonjin, que a bem pouco tempo resenhei aqui pro blog (LEIA). Até
aí, nada de mais, afinal, trata-se realmente de uma obra de muita qualidade.
O
fato curioso, levando-se em conta a suposta qualidade de todos os finalistas, é
que um dos jurados conceda nota zero para qualquer um dos concorrentes. Foi
justamente o que aconteceu à “Infâmia”, de Ana Maria Machado. Entretanto, vejam
só, os outros dois jurados atribuíram notas 10 e 9,5 à mesma obra.
Em
nota oficial, a Objetiva (editora de Ana Maria Machado) colocou em suspeição o
prêmio de melhor romance concedido a Oscar Nakasato (editado pela Benvirá). A
editora quer saber se quando o jurado em questão definiu seu voto no último
escrutínio, ele tinha conhecimento dos votos dos demais jurados na fase
anterior. Pergunta ainda se o jurado teria atribuído a mesma nota zero ao
romance em todas as rodadas de votação.
Concordo
com a opinião de Roberto Feith (diretor do Grupo Objetiva) ao afirmar que esse
voto (cujo jurado será conhecido apenas na entrega do prêmio) em vez de
refletir uma avaliação qualificada (e neutra) de cada uma das obras finalistas,
pode evidenciar a determinação de eleger uma obra a qualquer custo. Já Mansur
Bassit, diretor executivo da CBL, comenta que o jurado não havia votado em “Infâmia” já
na primeira etapa, e que tudo foi feito dentro do regulamento, mas reconhece
que não chamaria o tal jurado novamente.
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