Mas
como dói
Carlos Drummond de Andrade
Penso todos os dias em
Marília.
Sobretudo penso em tudo
que deixei por lá:
os companheiros de
infância, minha mãe,
o pão caseiro feito
pela Tia Vilder,
as férias em Panorama.
Penso principalmente no
cheiro do café;
café bom das lavras da
Fazenda Cascata.
Marília são flashes na
memória:
os passeios pela Praça
São Bento,
as visitas ao Paço
Municipal.
Por isso esse velho
Blues,
esse reverso n’alma,
o silêncio que revolve
a voz
e o olhar demorado para
as coisas sem sentido.
Marília é tudo que
ainda sangra.
Ilhéus
2009. X
Nenhum comentário:
Postar um comentário