quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Humanidade Dorme Profundamente


Chega ao fim mais uma noite.
Nenhum ruído rompe o silêncio.
Nenhuma canção de amor.
Nenhum relicário com velhas lembranças.
Nenhum antigo companheiro.
Nenhuma promessa cumprida
ou qualquer prostituta em salto alto.
Apenas alguns versos melancólicos
de um cego argentino sobre minha cama.
Mas como enxergava aquele cego!
Em um sonho torpe ele me disse:
- A humanidade dorme profundamente!
A humanidade dorme profundamente
enquanto os ratos se lambuzam.
A humanidade dorme profundamente
enquanto as sombras se entrecruzam.
A humanidade dorme profundamente
ante a morte imensa e imensurável.

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