O pavão vermelho
Ora, a alegria, este pavão vermelho,
está morando em meu quintal agora.
Vem pousar como um sol em meu joelho
quando é estridente em meu quintal a aurora.
Clarim de lacre, este pavão vermelho
sobrepuja os pavões que estão lá fora.
É uma festa de púrpura. E o assemelho
a uma chama do lábaro da aurora.
É o próprio doge a se mirar no espelho.
E a cor vermelha chega a ser sonora
neste pavão pomposo e de chavelho.
Pavões lilases possuí outrora.
Depois que amei este pavão vermelho,
os meus outros pavões foram-se embora.
Índio bom é índio morto
"Índio bom é índio morto",
pensamento natural
de quem se apossou do porto
desta Índia Ocidental.
O cristão é que é a bondade.
Vivo ou morto. É natural.
Na estrita fidelidade
a Cristo e a seu ideal,
o seu sonho de bondade
é espalhar a caridade,
a pureza e a santidade
nesta Índia Ocidental.
Sonho de luz, em verdade,
sonho de santo e de frade
é o que empolga a cristandade
trazendo para este porto
a armada do Santo Graal.
Mas o índio fica absorto,
vendo esta armada no porto,
ante o ditado fatal:
"Índio bom é índio morto".
Burilado em ouro e jade,
esse conceito fatal
é um ruim verso de jade
da epopéia ocidental.
Ligação externa:
http://www.jornaldepoesia.jor.br/costa.html
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
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3 comentários:
Soneto genial!
Grande Sosígenes Costa.
Maravilhosa lembrança!Anna Rosa Costa.
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