Toda vida devia ser
uma festa sem fim, velório
festivo da morte do tempo,
fogueira de azuis, crematório
ou, mesmo, hospital de lembranças
dos que nunca foram crianças,
e pularam toda a pureza,
ao invés de pular a corda,
dançar nas horas da beleza;
dos que hoje morrem sem saber
que festa acabam de perder.
Alberto da Cunha Melo
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