Há pouco tempo, o mestre e amigo Carlos Verçosa, falou-me sobre os haikais de Cyro de Mattos, o que me causou espanto, pois até então não sabia que o poeta de “Vinte poemas do rio” cultuava também essa forma peculiarmente japonesa de se fazer poesia.
De volta a Itabuna, com o intuito de publicar uma antologia do haikai feito por autores grapiúnas, fui falar com Cyro sobre o assunto. Ele retirou de sua estante, na FICC (Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania), instituição da qual é o presidente, o livro “Os enganos cativantes”, 2002, e lá estavam os seus haikais, pulverizados por toda a obra, porém, inseridos em um ou outro poema, como naquele que dá título ao livro, formado por três haikais. Eis o primeiro deles:
Signo que me veste
Soltos ao vento os enganos
Cativantes canto
Mais adiante, no poema “O boi”, pág. 79, encontramos três haikais compostos ao modo de Guilherme de Almeida. Vejamos:
Deu adeus à flor.
Culpado mas sem pecado.
Morre sem rancor.
II
Síntese de boi:
Pasta em conserva de lata.
Verde que se foi.
III
Teus mudos mugidos
Em mim ressoam sem fim
Nesses verdes idos.
Feliz pela descoberta, cada vez mais tenho a certeza que o legado grapiúna não são suas fazendas de cacau e tudo o que as envolve, mas seus escritores, especialmente seus poetas, como Cyro de Mattos, um escritor versátil, que transita seguro pelo conto, pela literatura infantil, romance, poesia, e agora, descubro, também pelo haikai.
De volta a Itabuna, com o intuito de publicar uma antologia do haikai feito por autores grapiúnas, fui falar com Cyro sobre o assunto. Ele retirou de sua estante, na FICC (Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania), instituição da qual é o presidente, o livro “Os enganos cativantes”, 2002, e lá estavam os seus haikais, pulverizados por toda a obra, porém, inseridos em um ou outro poema, como naquele que dá título ao livro, formado por três haikais. Eis o primeiro deles:
Signo que me veste
Soltos ao vento os enganos
Cativantes canto
Mais adiante, no poema “O boi”, pág. 79, encontramos três haikais compostos ao modo de Guilherme de Almeida. Vejamos:
Deu adeus à flor.
Culpado mas sem pecado.
Morre sem rancor.
II
Síntese de boi:
Pasta em conserva de lata.
Verde que se foi.
III
Teus mudos mugidos
Em mim ressoam sem fim
Nesses verdes idos.
Feliz pela descoberta, cada vez mais tenho a certeza que o legado grapiúna não são suas fazendas de cacau e tudo o que as envolve, mas seus escritores, especialmente seus poetas, como Cyro de Mattos, um escritor versátil, que transita seguro pelo conto, pela literatura infantil, romance, poesia, e agora, descubro, também pelo haikai.
2 comentários:
Desvéu de rútilo.
Também desconhecia o fato!
Grata pela dica.
Um beijo,
doce de lira
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