Antífona é uma resposta ou a outra parte da liturgia católica. Essa função deu origem ao Canto antifonal, onde uma peça musical é executada por dois coros que interagem entre si, às vezes cantando frases alternadas. Na poesia essas duas vozes também podem ser ouvidas, como no poema abaixo que, apesar de ter sido estruturado em quadras, bem poderiam ser dispostos em dísticos, o que em verdade são. Apesar do poema "Antífona", de Cruz e Souza, ser mais famoso, esse, de Fernando Joaquim Pereira Caldas (1884-1922), um desconhecido poeta baiano, além de ser um poema melhor, me parece muito mais adequado à estrutura original do canto.
ANTÍFONA
Fernando Joaquim Pereira Caldas – 1884 / 1922
A existência como a entendo,
firme executo:
entre o prazer e os males, vou vivendo
o meu minuto.
De meu credo a alma me instiga
a atos diversos:
amo com amor, trabalho a terra amiga
e faço versos.
É a glória de ser fecundo
que me extasia:
amar, lutar, cantar! E dar ao mundo
mais poesia!
Na alegria e em meio ao pego
ficar sereno!
Com a grandeza vil do sábio grego
ante o veneno.
Laborar, vencendo as dores
é o meu tesouro:
ver a terra, por mim, aberta em flores
e frutos de ouro.
E com anseio insatisfeito,
como num cofre,
depor o verso lúcido e perfeito
n’alma que sofre.
Que é a glória de ser fecundo
que me extasia:
amar, lutar, cantar! E dar ao mundo
mais poesia!
Leitura exterior:
Veja aqui o poema de Cruz e Souza: http://www.overmundo.com.br/banco/um-olhar-sobre-antifona-de-cruz-e-sousa
ANTÍFONA
Fernando Joaquim Pereira Caldas – 1884 / 1922
A existência como a entendo,
firme executo:
entre o prazer e os males, vou vivendo
o meu minuto.
De meu credo a alma me instiga
a atos diversos:
amo com amor, trabalho a terra amiga
e faço versos.
É a glória de ser fecundo
que me extasia:
amar, lutar, cantar! E dar ao mundo
mais poesia!
Na alegria e em meio ao pego
ficar sereno!
Com a grandeza vil do sábio grego
ante o veneno.
Laborar, vencendo as dores
é o meu tesouro:
ver a terra, por mim, aberta em flores
e frutos de ouro.
E com anseio insatisfeito,
como num cofre,
depor o verso lúcido e perfeito
n’alma que sofre.
Que é a glória de ser fecundo
que me extasia:
amar, lutar, cantar! E dar ao mundo
mais poesia!
Leitura exterior:
Veja aqui o poema de Cruz e Souza: http://www.overmundo.com.br/banco/um-olhar-sobre-antifona-de-cruz-e-sousa
Um comentário:
Gostei do texto. Boa dica!
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