domingo, 12 de abril de 2009

PEQUENA ANTOLOGIA DE SALVATORE QUASÍMODO


O poeta Aníbal Beça traduz poemas de Salvatore Quasímodo em comemoração aos 50 anos do Prêmio Nobel de Literatura concedido ao poeta italiano em 1959.

DAR E TER

Nada me dás, não dás nada
tu que me escutas. O sangue
das guerras secou,
o desprezo é um desejo puro
e não provoca nem o gesto
de um pensamento humano,
fora da hora da piedade.
Dar e ter. Em minha voz
há ao menos um signo
de geometria viva,
na tua, uma concha
morta com lamentos fúnebres.

DARE E AVERE

Nulla mi dai, non dai nulla
tu che mi ascolti. Il sangue
delle guerre s’è asciugato,
il disprezzo è un desiderio puro
e non provoca un gesto
da un pensiero umano,
fuori dall’ora della pietà.
Dare e avere. Nella mia voce
c’è almeno un segno
di geometria viva,
nella tua, una conchiglia
morta con lamenti funebri.

NÃO PERDI NADA

Estou Aqui agora, o sol gira
às minhas costas como um falcão e a terra
repete mimha voz na tua.
Recomeça o tempo visível
no olho que redescobre a luz.
Não perdi nada.
perder é andar mais além
de um diagrama do céu
em movimentos de sonhos, um rio
pleno de folhas.

NON HO PERDUTO NULLA

Sono ancora qui, il sole gira
alle spalle come un falco e la terra
ripete la mia voce nella tua.
E ricomincia il tempo visibile
nell’occhio che riscopre la luce.
Non ho perduto nulla.
Perdere è andare di là
da una diagramma del cielo
lungo movimenti di sogni, un fiume
pieno di foglie.

BASTA UM DIA PARA
EQUILIBRAR O MUNDO


A inteligência a morte o sonho
negam a esperança. Nesta noite
em Brasov, nos Cárpatos, entre árvores
não minhas, busco no tempo
uma mulher de amor. O mormaço estala
as folhas dos álamos e eu
me digo palavras que não conheço,
derramo terras de memória.
Um jazz escuro, canções italianas
passam tombadas sobre a cor das íris.
No rangido das fontes
se perdeu tua voz:
basta um dia para equilibrar o mundo.

BASTA UN GIORNO
A EQUILIBRARE IL MONDO


L’intelligenza la morte il sogno
negano la speranza. In questa notte
a Brasov nei Carpazi, fra alberi
non miei cerco nel tempo
una donna d’amore. L’afa spacca
le foglie dei pioppi ed io
mi dico parole che non conosco,
rovescio terre di memoria.
Un jazz buio, canzoni italiane
passano capovolte sul colore degli iris.
Nello scroscio delle fontane
s’è perduta la tua voce:
basta un giorno a equilibrare il mondo.

Ver texto integral em:
http://www.cronopios.com.br/site/poesia.asp?id=3924

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