quarta-feira, 1 de abril de 2009

CORTES E RECORTES

Plínio de Almeida

O ladrão sutil e fino
Teve bem suas razões...
Plínio, o poeta peregrino,
Possuía cinco milhões!

Caladinho, caladinho,
Ninguém o soube a rimar
No longo do seu caminho
O poema de enricar!

Por tantos anos afora
A todos Plínio enganou...
Nunca deu mostras cá fora
Do que lá dentro amealhou!

Mas, se verdade, eu me enteso,
E em pesar me desfiguro...
Como pôde ser um creso,
Todo o dia dando “duro”!

O formal nos seus grilhões
Compondo grandes quantias
Já chama a cinco milhões
De “parcas economias”!

Pensando tal ao “O Diário”
Na força das inflações,
O novo milionário
Nunca viu esses milhões!

Ilhéus - Diário da Tarde - 05/07/1958. Edição 8.783.

Plínio de Almeida nasceu em Santo Amaro da Purificação em 1904, “logo pisou o solo da região cacaueira baiana, tornou-se parte viva e pulsante dela mesmo” escreveu o historiador Adelino Kfoury. Faleceu em Itabuna, no ano de 1975, com 71 anos recém completados, sem conseguir reunir em livro a sua obra em verso, o que fizemos através da FICC (Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania) através de Flávio J. Simões Neto, seu presidente e a Editus, a Editora da UESC. A publicação do compêndio com aproximadamente 500 páginas deverá ser lançada durante o segundo semestre de 2009.

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