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Nhô
Guimarães é uma adaptação do romance homônimo de Aleilton Fonseca, escritor
grapiúna membro da Academia de Letras da Bahia, para a linguagem teatral. O
livro foi concebido em 2006, como forma de homenagear os 50 anos de publicação
de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. O espetáculo, em forma de
monólogo, transpõe para o palco a vida, as ideias e a mítica do nosso sertão,
privilegiando a linguagem falada rica em neologismos, recheadas de palavras
incomuns, próprias dessas regiões. Esse tratamento é mantido na encenação como
forma de valorização da diversidade linguística, existente na língua
portuguesa.
A
estória é apresentada através dos causos contados por uma senhora octogenária a
um visitante. Entre uma estória e outra, a narradora cita a presença de um
amigo do falecido marido, Nhô Guimarães, senhor de jeitos elegantes, que sempre
os visitava, com "seu ouvido bom de ouvir causos e seus óculos pretos de
aros redondos". Uma referência direta ao escritor mineiro João Guimarães
Rosa. Enquanto relata suas lembranças, a velha desenvolve ações cotidianas,
como coar um café, fazer bolinho de feijão, fumar cachimbo, busca-se criar uma
transposição de quem assiste para o ambiente do cotidiano interiorano.
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