Chego
hoje (09) aos 41 anos com a sensação de que estou no auge das minhas
competências e por isso me sinto bem. Respiro suavizado, pois nada há de mais
gratificante que isso: compreender que a vida é um caminhar constante e que somos
capazes de nos moldar da mesma maneira que faz o oleiro com o barro bruto. O oleiro
sabe que a perfeição é inalcançável e mesmo assim a persegue. Não tenho tal
pretensão, mas procuro consagrar meu tempo a tudo que me parece mais importante.
Nesse
dia, sobretudo, o que almejo e preciso é de mais tempo. Mais tempo para a minha
filha. Mais tempo para minha esposa, para a minha mãe. Mais tempo para alguns
amigos. Desse modo, estou certo, estarei dedicando muito mais tempo a mim.
O
poema abaixo começou a ser escrito em maio do ano passado e me parece que agora
encontrou a sua versão definitiva.
Crônica dos meus 40 anos
Estás
ficando velho!
Foi
o que me disseram
alguns
amigos
agora
que cheguei
ao
quarenta anos.
Isso
foi ontem
e
não me desanima.
Hoje
fitei o sorriso
da
minha filha
nos
braços de minha mãe
e
concluí:
a
vida não é uma ilha.
Hoje
aprendi
que
o avesso da minha voz
são
esses versos
singrados
por múltiplas caravelas.
Ouve,
deles
vaza
o que à vida falta.
3 comentários:
Parabéns pela data natalícia e pela poesia - que renasce a todo instante.
Parabéns grande poeta dos Haikais e canções...Saúde e Vida Longa, seu amigo, Miguel Carneiro
Parabéns, poeta e amigo querido. Entrar nos "enta" publicando um poema cuja realização traduz maturidade poética e completude de vida é muito bom. Um presente para o leitor e para si mesmo. Felicidades mil. Abraço forte.
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